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MEU POBRE PAI

Atualizado: 9 de mar. de 2020

Meu pobre pai...

Quantos filhos sem linhagem e sem lar?

Tantos anos e sem ninguém lhe encontrar?


Nunca tive um coração de vidro

nem quando ele se quebrou

Ouça meu pai...

Não lhe culpo por ser assim tão pequeno,

admito que já fui mais ingênuo


Sem clemências por estar vivo

mas com a benção do Senhor

Tolo é meu pai...

Tenho seu rosto, talvez até sua fúria

Seu bom-gosto e talvez sua injúria


Sou aquele que se encontrou

o filho sem temor ou dissabor

Ivan, meu pai...

Fui banhado por todo o amor

A Mãe que nunca abandonou

A mão que me embalou

Quem fez e ainda faz

o filho maior que o pai

o filho melhor que o pai


Oh, meu pobre pai!

Viva em paz...

Tão exato quanto à morte é certa

de meu arco você foi a flecha

Voe longe e rumo ao infinito

Não lhe tenho como amigo


Afinal... Maldito pai!

Não é questão de ordem ou de moral

Vá e curta o seu carnaval

Depois, durma e morra sozinho...

Durma e morra sozinho!


Pode dormir tranquilo!

Meu pobre pai!

 

Autor: Allan Julio (Constante)

Ilustração: Autor desconhecido

Eu e Outros de Nós


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