Quando eu lhe vi saltar no escuro
sem ter
ou porquê
a mesma incerteza me assentou
Fez de mim morada
outrora plena
e habitada
pelas cicatrizes nativas
das antigas madrugadas
Percebi, desse modo
o que você tenta esconder
e aquilo que prefere não dizer
Reinventamos
felicidades embaladas em toxina
Recapturamos
vontades
oh, bem-aventurada Serotonina
Somos todos filhos do breu
Quando as luzes se apagam
e nesse interno escuro perdura
saltar
Não por ter um porquê
mas, por saber
a infindável obscuridade do que se é!
Autor: Allan Julio (Constante)
Ilustração: Sief Hamza
Sief Hamza pinta suas dores e dissabores de modo sempre impactante. Saiba mais em: https://www.behance.net/Siefhamza0
Eu e Outros de Nós